Relatório Europeu Insta a Supervisão Mais Rigorosa das Compras Dentro do Jogo
Um novo relatório levanta preocupações sobre o uso crescente de moedas premium em jogos de vídeo e aplicativos móveis, alertando sobre possíveis riscos, especialmente para crianças, e pedindo uma regulamentação mais rigorosa.
Hoje, a Organização Européia de Consumidores (BEUC) apresentou uma denúncia em nome de grupos de consumidores de 17 países, acusando vários jogos de vídeo populares de “práticas injustas” e violação das leis de proteção ao consumidor em relação às compras dentro de aplicativos e jogos.
A denúncia tem como alvo jogos amplamente jogados como Fortnite da Epic Games, Clash of Clans da Supercell, Minecraft da Microsoft e EA Sports FC 24, conforme notado por TechCrunch.
O relatório examina a crescente tendência de moedas premium em jogos e em aplicativos usadas em videogames e aplicações móveis. Essas moedas virtuais permitem que os jogadores comprem conteúdo adicional, recursos ou vantagens dentro do jogo ou aplicativo.
Enquanto oferece conveniência potencial e receita para os desenvolvedores, o relatório levanta preocupações sobre possíveis riscos ao consumidor associados a essas práticas.
O relatório critica a falta de transparência nos modelos de precificação de moedas premium, muitas vezes sem valores claros no mundo real. Isso pode levar a gastos excessivos, especialmente para jogadores mais jovens.
Além disso, o relatório expressa preocupações sobre o uso de técnicas manipuladoras para incentivar compras dentro do aplicativo.
Desenvolvedores de jogos podem empregar táticas como ofertas por tempo limitado, pressão social dentro do ambiente do jogo e caixas de saque para atrair jogadores a gastar dinheiro de verdade. Essas práticas podem explorar comportamentos impulsivos e levar a gastos excessivos.
O relatório também levanta preocupações sobre a segmentação por idade e o potencial para comportamentos semelhantes aos de jogos de azar associados a compras dentro do aplicativo. Jogos com compras no jogo podem ser direcionados para públicos mais jovens, que podem estar menos cientes das implicações financeiras de suas ações.
O uso de caixas de prêmios com recompensas aleatórias é comparado ao jogo de azar, aumentando o risco de gastos compulsivos e vício.
Finalmente, o relatório questiona se as compras dentro dos aplicativos criam uma vantagem injusta para aqueles que gastam dinheiro de verdade. Isso poderia potencialmente distorcer a experiência de jogo e criar um ambiente de “pagar para vencer” onde o sucesso é determinado pelo investimento financeiro em vez de habilidade.
A BEUC recomenda a regulamentação das moedas premium em jogos através da aplicação de modelos de preços claros que traduzam a moeda virtual em custos do mundo real. Também pede a proibição de táticas manipulativas como caixas de saque e ofertas por tempo limitado, juntamente com controles parentais mais fortes e campanhas educativas para aumentar a conscientização sobre os riscos para crianças.
Acrescentando a essas preocupações, especialistas da Kaspersky divulgaram recentemente um relatório detalhando um aumento significativo nas ameaças online direcionadas a jovens gamers. As descobertas da Kaspersky revelam que os cibercriminosos estão explorando esses jogos, oferecendo itens fraudulentos gratuitos no jogo ou usando táticas de phishing para roubar informações pessoais.
Isso é particularmente preocupante dado as preocupações da BEUC sobre práticas manipuladoras e o potencial comportamento semelhante ao jogo associado a compras no aplicativo.
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