Inovação em IA na África: Potencial Elevado, Mas Desafios Importantes Persistem
Com pressa? Aqui estão os fatos rápidos!
- O setor de IA da África enfrenta dificuldades devido à insuficiência de financiamento, infraestrutura e conflitos regulatórios.
- Startups africanas estão construindo soluções de IA para agricultura, saúde e preservação de idiomas.
- O financiamento internacional influencia a IA africana, levantando preocupações sobre a influência estrangeira nas agendas de IA.
O potencial da África como um grande player de IA está avançando, mas enfrenta desafios significativos, de acordo com especialistas reunidos no Deep Learning Indaba 2024, uma conferência anual de IA, conforme relatado pela MIT Technology Review.
Realizada em Dakar, Senegal, a conferência atraiu mais de 700 participantes, discutindo questões desde financiamento até o processamento de idiomas locais. Os pesquisadores acreditam que a IA poderia transformar setores como agricultura, saúde e educação, mas reconhecem que o caminho é complexo, conforme relatado pelo MIT.
Kessel Okinga-Koumu, uma estudante de ciência da computação da África do Sul, demonstrou um aplicativo habilitado para VR que ela desenvolveu para simular equipamentos de laboratório para estudantes em universidades com recursos insuficientes.
“Os alunos poderiam ter um VR detalhado do equipamento de laboratório, tornando sua experiência prática mais eficaz”, explicou ela, destacando o potencial da IA para abordar disparidades educacionais em toda a África, conforme relatado pelo MIT.
Desde sua concepção em 2017, o Deep Learning Indaba expandiu sua influência para 47 nações africanas, com o objetivo de fomentar um ecossistema de IA que atenda aos desafios locais, conforme relatado pelo MIT.
Shakir Mohamed, cofundador da conferência e pesquisador sênior do Google DeepMind, enfatizou a importância de construir ferramentas de IA específicas para a África. “A construção e propriedade de soluções de IA adaptadas aos contextos locais é crucial para o desenvolvimento equitativo”, afirmou, de acordo com o MIT.
No entanto, o financiamento inadequado e as limitações de infraestrutura continuam sendo obstáculos sérios. Os projetos de IA muitas vezes carecem de apoio dos governos africanos, já que muitas universidades públicas não possuem recursos para avançar a pesquisa em áreas como processamento de linguagem natural para línguas africanas, observa o MIT.
Kathleen Siminyu, uma cientista da computação queniana, disse que sem alfabetização em língua local e dados robustos, o setor de IA da África terá dificuldades. “É como uma onda que não pode ser parada”, ela disse, expressando otimismo apesar dos desafios, relatou o MIT.
A falta de políticas unificadas é outra barreira. Dos 55 países africanos, apenas alguns têm estratégias formais de IA. Duas estratégias conflitantes propostas por diferentes agências da União Africana têm gerado debate, conforme notou o MIT.
Uma estratégia, supostamente influenciada por interesses estrangeiros, exige a priorização imediata da IA, enquanto uma alternativa impulsionada pela base defende regulamentos sensíveis às necessidades africanas. Vukosi Marivate, um cientista da computação sul-africano, manifestou frustração com a influência estrangeira, declarando: “São coisas que não devemos aceitar”, conforme relatado pelo MIT.
A necessidade de financiamento e coordenação de estratégias é agravada pelas preocupações com a participação estrangeira. A dependência do Indaba em relação ao financiamento de gigantes tecnológicos internacionais como Google e Meta gerou preocupações sobre a possível influência em sua agenda, observou o MIT.
Timnit Gebru, fundadora do Instituto de Pesquisa Distribuída em IA, alertou que a África deve evitar se tornar excessivamente dependente de soluções estrangeiras de IA, afirmando: “Os africanos [precisam] fazer algo diferente e não replicar os mesmos problemas contra os quais estamos lutando”, conforme relatado pelo MIT.
À medida que o ecossistema de IA na África cresce, os pesquisadores permanecem comprometidos em desenvolver ferramentas que abordem desafios locais únicos, na esperança de obter mais apoio dentro do continente.
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