Estudo Revela Benefícios dos Jogos de Vídeo para a Saúde Mental

Um estudo da Universidade Nihon no Japão, publicado ontem, desafia a crença de longa data de que os videogames prejudicam a saúde mental. Os pesquisadores descobriram uma correlação entre jogar videogame e o aumento do bem-estar psicológico.

Apesar dos videogames serem um componente importante da cultura digital, o ceticismo sobre seu efeito na saúde mental tem crescido. Essas preocupações foram amplificadas por posições oficiais, como a classificação de “transtorno de jogo” pela Organização Mundial de Saúde.

Pesquisas anteriores sobre o impacto dos videogames foram inconsistentes, com estudos mostrando tanto efeitos positivos quanto negativos no bem-estar mental. Os pesquisadores da Universidade Nihon argumentam que muitos desses estudos se basearam em dados observacionais ou ambientes controlados, que podem não refletir com precisão as experiências reais de jogos.

Para abordar essas limitações, o estudo utilizou um sistema de loteria para consoles de videogame durante a pandemia, com o objetivo de avaliar o impacto dos jogos em condições reais de vida, e não em ambientes controlados. A pesquisa também utilizou aprendizado de máquina (ML) para examinar como os fatores sociodemográficos influenciam essa relação.

Ao analisar cerca de 100.000 pessoas de 2020 a 2022, o estudo constatou que os videogames geralmente melhoram o bem-estar mental. No entanto, também foi observado que jogar por mais de três horas por dia leva a benefícios decrescentes.

Hiroyuki Egami, autor do estudo, comentou: “Se você gosta do seu hobby, é provável que veja um impacto positivo em seu bem-estar”, conforme relatado pelo New Scientist.

Adicionalmente, a análise de ML revelou diferenças significativas entre os usuários do Nintendo Switch e do PlayStation 5. Hiroyuki e sua equipe teorizaram que os usuários do Switch experimentaram maiores benefícios psicológicos, provavelmente porque o Switch é frequentemente usado para jogos em família ou sociais. Por outro lado, o PS5 é tipicamente usado para jogos solitários, o que pode levar a conflitos familiares e reduzir os benefícios para os usuários mais jovens.

Embora os resultados do estudo sejam promissores, limitações como uma taxa de resposta de 59% e potenciais fatores relacionados à pandemia devem ser considerados. No entanto, a pesquisa oferece insights valiosos e sugere uma nova abordagem para estudos futuros.

Daniel Johnson, um psicólogo da Universidade de Tecnologia de Queensland em Brisbane que se especializa em video games, comentou: “Esses resultados não são surpreendentes, […] Eles se encaixam com o que sabemos ao conversar com jogadores de videogame por décadas.” Conforme relatado por Nature.