A Austrália Deveria Limitar o Uso das Redes Sociais para Menores de Idade?

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A Austrália Deveria Limitar o Uso das Redes Sociais para Menores de Idade?

Tempo de leitura: 3 minuto

A Austrália está planejando introduzir uma idade mínima para crianças que usam redes sociais, citando preocupações sobre o impacto em sua saúde mental e física. No entanto, defensores dos direitos digitais criticaram a medida, alertando que isso poderia empurrar atividades online prejudiciais para espaços menos regulamentados, conforme relatado pela Reuters na terça-feira.

O Departamento do Premier e do Gabinete (DPC) do Sul da Austrália recentemente divulgou um relatório propondo mudanças significativas em como as crianças do estado acessam as redes sociais.

O relatório do DPC destaca várias razões para regular o acesso das crianças às redes sociais, concentrando-se principalmente nos riscos para o seu bem-estar e segurança. Ele enfatiza preocupações como o cyberbullying, que pode levar a angústia emocional e problemas de saúde mental.

As crianças também correm o risco de exposição a conteúdos inadequados, como violência e discurso de ódio, que podem prejudicar seu desenvolvimento, conforme declarado no relatório.

Além disso, o relatório aborda a natureza viciante das redes sociais, observando seu impacto no sono, nas tarefas escolares e nas interações sociais, bem como os riscos à privacidade que as crianças enfrentam ao compartilhar informações pessoais online.

As preocupações levantadas na Austrália ecoam com as diretrizes recentes da autoridade de saúde pública da Suécia, que recomendam limites rigorosos no tempo de tela para crianças pequenas para mitigar os efeitos negativos à saúde.

O DPC propõe um sistema de dois níveis para restringir o acesso às redes sociais com base na idade: proibindo o acesso para crianças menores de 14 anos sem o consentimento dos pais e exigindo consentimento para jovens de 14 a 16 anos, sem mais restrições uma vez que o consentimento é concedido.

O relatório destaca vários desafios na aplicação das restrições propostas para as redes sociais. Verificar as idades online é complexo, exigindo colaboração com as plataformas para processos eficazes. Os métodos específicos de aplicação não são detalhados, mas podem envolver um novo órgão regulador trabalhando com empresas de redes sociais e provedores de internet.

O relatório também destaca a necessidade de consulta pública para abordar preocupações sobre a liberdade de expressão e acesso à informação. O feedback de pais, educadores e da comunidade em geral será crucial para moldar a implementação final das restrições.

Segundo a Reuters, Daniel Angus, diretor do Centro de Pesquisa em Mídia Digital da Universidade de Tecnologia de Queensland, criticou as restrições propostas, dizendo que elas poderiam “causar sérios danos ao excluir jovens de participação significativa e saudável no mundo digital, potencialmente direcionando-os para espaços online de qualidade inferior.”

O Washington Post relatou que Lisa Given, professora de ciências da informação no Royal Melbourne Institute of Technology, afirmou: “Há muitas razões pelas quais as crianças precisam acessar informações por conta própria, especialmente aquelas em áreas regionais ou remotas. Elas podem não ter fácil acesso a uma biblioteca próxima e podem ser educadas em casa.”

Este debate reflete preocupações globais mais amplas sobre equilibrar a segurança digital com o acesso à informação.

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