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EUA e Reino Unido Recusam Declaração de IA Devido a Preocupações Regulatórias
Os Estados Unidos e o Reino Unido recusaram-se a assinar uma declaração conjunta sobre inteligência artificial na Cúpula de IA em Paris na terça-feira, citando preocupações com excesso de regulamentação e segurança nacional.
Com pressa? Aqui estão os fatos rápidos!
- JD Vance argumentou que regulamentações excessivas da IA poderiam prejudicar a inovação e a segurança nacional.
- O Reino Unido criticou a falta de clareza prática e foco em segurança na declaração.
- A Índia sediará o próximo cúpula de IA, enfatizando valores democráticos e cooperação internacional.
A declaração, endossada por dezenas de países, incluindo a China, pediu que o desenvolvimento da IA seja “aberto, inclusivo, transparente, ético, seguro e confiável”, conforme relatado pelo DW.
A vice-presidente dos EUA, JD Vance, defendeu a decisão de Washington, argumentando que regulamentações excessivas podem sufocar a inovação. “Acreditamos que uma regulamentação excessiva do setor de IA poderia matar uma indústria transformadora”, disse Vance no summit, conforme relatado pela DW.
Ela também alertou contra a IA se tornando uma ferramenta para “censura autoritária” e criticou as regulamentações da UE, como a Lei de Serviços Digitais e o GDPR, por imporem altos custos de conformidade às empresas.
Embora o Reino Unido não tenha fornecido uma explicação detalhada para sua posição, um porta-voz do Primeiro Ministro Keir Starmer afirmou que a declaração carecia de “clareza prática” sobre a governança global e não abordava adequadamente as preocupações com a segurança nacional, segundo a DW.
Além disso, The Guardian relata que, quando perguntado se a Grã-Bretanha havia se recusado a assinar porque queria se alinhar com os EUA, Starmer afirmou que eles “não tinham conhecimento das razões ou posição dos EUA” sobre a declaração. Uma fonte governamental descartou a ideia de que a Grã-Bretanha estava tentando ganhar favor com os EUA.
No entanto, um deputado trabalhista comentou: “Acho que temos pouco espaço estratégico senão ficar a jusante dos EUA.” Eles ainda notaram que as empresas de IA dos EUA poderiam parar de se envolver com o Instituto de Segurança de IA do governo do Reino Unido, um corpo de pesquisa global líder, se a Grã-Bretanha fosse vista como adotando uma postura excessivamente restritiva no desenvolvimento da tecnologia, conforme relatado pelo The Guardian. A decisão da China de assinar a declaração surpreendeu alguns observadores, dada sua história de controle governamental rigoroso sobre o desenvolvimento de IA.
Embora Vance não tenha feito referência direta à China em seus comentários, ele aludiu aos riscos de confiar em “tecnologia barata” subsidiada por regimes autoritários, alertando que tais parcerias poderiam comprometer a segurança nacional, conforme observado pela DW.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reconheceu as preocupações sobre barreiras regulatórias, mas enfatizou a necessidade de uma “IA confiável”.
A DW informa que ele enfatizou a importância das regulamentações para manter a confiança do público nos sistemas de IA. A Comissão Europeia apoiou essa visão, com a presidente Ursula von der Leyen pedindo uma burocracia mais enxuta, ao mesmo tempo garantindo uma supervisão robusta.
No entanto, a Lei de IA da UE enfrentou críticas, particularmente em relação à possível influência das grandes empresas de tecnologia na definição de padrões de IA. Críticos também levantaram preocupações sobre brechas significativas, especialmente em relação às autoridades policiais e de migração.
A Índia, que co-organizou a cúpula ao lado da França, desempenhou um papel central nas discussões. O Primeiro Ministro indiano Narendra Modi pediu cooperação internacional para estabelecer estruturas de governança de IA que defendam valores democráticos e mitiguem riscos. O Palácio do Eliseu anunciou que a Índia sediará a próxima cúpula de IA, conforme relatado pela DW.
O encontro ocorreu em meio a crescentes tensões na indústria de IA, com a contínua competição entre a OpenAI, baseada nos EUA, e as empresas de IA chinesas. A ausência de assinaturas dos EUA e do Reino Unido destaca a persistente divisão entre as abordagens regulatórias para o desenvolvimento de IA em todo o mundo.
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